Plantas Brincantes

Margareth Brandini Park
Nasci no mês da primavera. Costumo dizer que plantei meus pés na belíssima Área de Proteção Ambiental de Sousas/ Joaquim Egídio, subdistritos de Campinas-SP. Fui regada, como uma planta, pelas águas do rio Atibaia onde meu pai pescava dourados, lambaris e outros peixes. De suas margens nos trazia musgos, belos galhos retorcidos e pequenas plantinhas estranhas. Aprendi os vários tons de verde andando descalça por sítios e antigas fazendas dessa região. Meu olhar forjou-se nos cotidianos repletos de contemplação e assim apreendeu cores e tons, das flores amarronzadas do capim-gordura ao amarelo das macelas nos barrancos na época da Semana Santa, prontas para serem colhidas. Várias eram as flores que me encantavam; as da horta em suas pequenezas, como as flores azuis anis do almeirão, as do quiabo, em um amarelo-claro escandalizado pelo nanquim de seu miolo, os perfumados cachos de flores das ervilhas, os minibuquês branquíssimos da salsa, as florzinhas minúsculas das ervas chamadas daninhas que brotavam pelos caminhos e as flores brincantes, companheiras de criancerias, efêmeras e perenes nas memórias de infância. Nesse livro semeio algumas dessas flores-memórias para que brotem oferecendo ao leitor beleza, contemplação, deslumbramento e principalmente para que tragam de volta o olhar e o desejo infantis, pois será com eles que poderemos ressignificar a importância das brincadeiras em nossos cotidianos.

Darly Pellegrini
Sou artista plástica e trabalho com cerâmica há mais de 20 anos. Adoro fotografar e a natureza sempre foi minha fonte de inspiração tanto para a cerâmica quanto para a fotografia. Quando Margareth me propôs a parceria para o livro Plantas Brincantes, fiquei empolgada, excitadíssima. Nas mãos de Margareth, o livro foi rapidamente ganhando forma, título, cores, e as palavras brotaram perfeitamente alinhadas como se existissem há muito tempo. Lembranças, uma certa saudade, novos significados e formas descritas em poesia. Eu fui assistindo esse nascimento quase sem palavras, com medo da responsabilidade, da tarefa inédita… Mas os parágrafos acabaram me habitando. Fui construindo imagens, sentindo cheiros, viajei nas cenas e imaginei com detalhes as plantas, árvores, fl ores que fi zeram parte da minha infância e que ainda hoje fazem parte do meu dia a dia. Algo da criança contemplativa, mas também brincalhona, despertou rapidamente em mim. Continuar a brincadeira depois de tantos anos, tentar contagiar outras pessoas com um pouco da beleza e alegria que sinto com o contato da natureza. Viajar na imaginação, mudar as formas, criar outras fi guras. Pedir a plasticidade da argila emprestada e permitir que ela fale como quer ser transformada. Deixar o esconde-esconde das lembranças encostar na paixão por essas plantas para recriá-las em outro material, rir com elas. Capturar imagens, cores, formas, um pouco da exuberância e muito do sentimento se for possível, através da lente de uma câmera. Desafio aceito! Sim! Claro que sim! Que o leitor compartilhe da magia, da transformação e participe conosco das nossas brincadeiras. Este é o nosso profundo desejo. Conheça mais sobre o meu trabalho no site: darlyceramica.com.br

R$35,00

Capa Plantas Brincantes OK

Peso 500 g
Dimensões 21 × 16 × 2 cm

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